sábado, 9 de agosto de 2008

FORRÓ NO SUDESTE


Procurar agulha no palheiro. É mais ou menos assim que quem gosta de forró tem que agir ao comprar um CD. Em tempos de "redescoberta" do forró pé-de-serra, forró universitário e outras nomenclaturas, é recomendável ter bastante atenção. As gravadoras, ávidas por lucro - tudo bem, isso não é novidade - e ainda aproveitando o clima de festa junina ainda reinante, jogam no mercado dezenas de lançamentos, nos quais critérios de qualidade e originalidade ficam para um plano secundário.

Mesmo assim, a invasão do forró no Sudeste/Sul não pode mais ser encarada como modismo. Os bailes já fazem parte dos roteiros dos jornais, saindo dos subúrbios e se espalhando pela cidade. A juventude bem-nascida não só adotou o "rela-buxo" dos salões como também resolveu ocupar o palco. O número de grupos formados por forrozeiros que não ultrapassam a média dos 25 anos de idade é cada vez maior.

Outra mudança que a movimentação nordestina trouxe para o Sudeste foi o rejuvenescimento do público dos grupos e cantores que já estão na estrada há décadas. "Antigamente era comum se discriminar o forró, só quem gostava de ouvir e dançar era o pessoal de meia-idade pra cima. várias vezes ao entrar em um ônibus o pessoal ria da minha sanfona. Atualmente esse mesmo pessoal que ria me ajudar a carrega-la e pede para eu tocar", Chiquinho do Acordeon Trio Xamego, trio que foi criado em 1978, ou seja, possui 30 anos de carreira e atualmente é formado por Dió de Araújo (voz e zabumba), Chiquinho (Francisco Alves) na sanfona e Zequinha de Andrade no triângulo.
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Desde o reaparecimento do forró no Sudeste, que ocorreu de 1995 até o estouro do Falamansa em 2000 o forró vem "cavando" seu espaço, e na minha opinião acredito que não se propaga mais devido devido a forte divulgação das bandas que tocam algo similar e que eles chamam de “forró” e ficou conhecido como forró eletrônico. Todas elas tinham como intérpretes cantoras de voz esganiçada e que mais vendiam sua imagem em fantásticas pernas pouco tapadas por minúsculas saias. Um caso em que a música vendida valia mais pela imagem do que pelo ritmo e execução propriamente ditas.
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O que podemos ver é que mesmo sem apoio da mídia o forró pé-de-serra aparece no sudeste com ótimas casas de danças em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, etc. e meu recado é para todos aqueles que não tiveram a oportunidade de conhecer vá a um forró da sua cidade, forró propicia saúde e muitos amigos!

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