A linguagem abordada nas letras já não é mais voltado a cultura nordestina, o sentido das músicas já não tem o mesmo direcionamento, assim como seu público não é o mesmo. Neste novo paradigma a sobreposição instrumental em relação às letras faz com que, a sonoridade baste para identificar se a música é ou não regional.
A gravação da música folclórica, com arranjos da cultura de massa, apresentada por músicos consagrados tem uma influência de retorno sobre a produção popular. E como exemplo mais evidente é o relativo ao papel de Luiz Gonzaga.
Mas apresentação de grupos folclóricos, vista através da televisão, e mesmo ao vivo, tem refletido sobre os meios populares, levando a introdução de mudanças no vestuário, adereços e até na função e na forma de apresentação das manifestações folclóricas espontâneas. Como é o exemplo dos novos estilos de quadrilhas juninas, onde a idéia primordial do vestuário matuto hoje cede lugar a altas produções, onde os dançarinos usam chapéu de camurça, lindas botas, maquiagens e demais adereços que descaracterizam a regionalização da dança.
Como também é o caso da nossa música típica mais conhecida, o forró, que hoje se encontra completamente descaracterizado, até em sua forma instrumental. Onde as guitarras, bateria, teclados e outros, tomaram o lugar da zabumba, sanfona e triângulo. Formando um novo estilo qualquer, que só não é o nosso verdadeiro forró pé-de-serra.
Contudo as raízes regionais precisam ser sempre lembradas para só assim desenvolver uma forma onde possa expressar, mesmo que de forma evolutiva, os costumes de uma região. E para que os resultados desta expressão possam servir para um entendimento maior dos que não vivem tais costumes, e possa ser instrumento de identificação e de conscientização para que reconheçam a riqueza e o valor de sua cultura.
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